A Economia da Funcionalidade e da Cooperação pode ser definida como um modelo econômico que consiste em conceber e produzir soluções baseadas na integração de bens e serviços, associada à venda de uma performance de uso e inserida numa dinâmica territorial. (DU TERTRE, VUIDEL e PINET, 2019 p.8).

O modelo econômico industrial vive uma de suas maiores crises com desdobramentos nas áreas ambientais, sociais e econômicas. Os desafios ecológicos, a crise climática, as doenças causadas pelo trabalho e as disparidades nas desigualdades na distribuição de riqueza colocam no centro do debate sobre propostas de novos modelos econômicos que contribuam para a superação destes problemas e apontem para novos rumos.

Esta mudança de modelo deve articular os diversos desafios ecológicos, econômicos, sociais e territoriais, propiciando o reencontro do ser humano com seu trabalho e que resgate o valor do trabalho na produção de produtos e serviços.

A abordagem da EFC para o desenvolvimento local foi desenvolvida inicialmente pelo laboratório ATEMIS (Análise do Trabalho E das Mutações nas Indústrias e Serviços) e pelo IEEF (Instituto Europeu da Economia da Funcionalidade e da Cooperação). Ela se apoia em 4 princípios:

1. Na inserção da performance do uso de bens e de serviços de forma a orientar a redução na mobilização de recursos materiais apoiada no desenvolvimento de recursos imateriais;
2. No reconhecimento do trabalho real e dos diversos modos de organização, que fundamentam o desenvolvimento de ecossistemas cooperativos de produção; 
3. Em uma governança com base nos diferentes níveis de cooperação dos atores do território;
4. Em uma dinâmica servicial que prioriza soluções que integram serviços e bens materiais